Começando o consultório, aí? Então, vamos fazer contas juntos?
Quanto tempo, em média, um médico leva para se formar? Bora lá: graduação, residência, especialização… No caso da Neonatologia, são pelo menos 11 anos. Na Cirurgia Plástica, no mínimo, 11 anos também.
É uma jornada longa, intensa, cheia de renúncias, noites em claro, plantões puxados, café frio e marmita esquecida.
Aí vem o plot twist: depois de tanto tempo estudando, vem um desafio gigante que ninguém te contou na faculdade — começar o consultório.
E, se você acha que é só escolher uma sala bonitinha, colocar seu CRM na parede e esperar os pacientes chegarem, sinto informar: não é bem assim.
Mas respira. Este texto é justamente pra te acolher, te orientar e, claro, te fazer rir um pouco desse caos organizado chamado “vida real” de quem está começando o consultório.”
Começando o consultório: dúvidas que tiram o sono (ou quase)
- Alugo um espaço próprio?
- Entro em um coworking?
- Uso um sistema pay-per-use?
- Faço atendimento particular? Aceito convênios? Trabalho com reembolso? Ou aposto na clínica popular?
- Como escolho a localização? Precisa ter estacionamento?
- Quanto custa, de verdade, manter um consultório?
- Como decoro sem parecer uma clínica dos anos 90, mas também sem gastar o que não tenho?
- Contrato secretária? E como encontro uma boa, que não suma no segundo mês?
E claro… a pergunta campeã, a que mais ouço no meu dia a dia: “Márcia, como eu anuncio meus serviços? Como construo uma carteira de pacientes do zero? Como me apresento de forma ética, elegante e que gere conexão?”
Pois é. Ninguém avisa, mas começar o consultório exige tanto planejamento quanto qualquer outro negócio de alto nível.
Spoiler: fazer o que todo mundo faz não vai te diferenciar.
E, olha, isso vale pra tudo. Vale pra escolha da sala, da decoração, da localização e, principalmente, pra sua comunicação.
Se você cair no erro de fazer só o básico — abrir o Instagram, postar foto do jaleco, selfie no consultório vazio e esperar que isso gere pacientes —, sinto dizer: não vai rolar.
Por isso, se você quer começar o consultório do jeito certo, precisa fazer diferente. Precisa fazer estratégico.
O que ninguém te conta sobre começar o consultório
Senta que lá vem a verdade nua, crua e acolhedora: abrir um consultório é abrir uma empresa.
E, como toda empresa, exige planejamento, posicionamento, diferenciação e, claro, comunicação estratégica.
A boa notícia? Dá pra fazer isso de forma leve, ética, elegante e sem jamais abrir mão da sua essência médica.
O que você realmente precisa pensar ao começar seu consultório
- Análise SWOT (ou seja, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças).
- Entender sua esfera de influência. Quem te conhece? Quem pode te indicar?
- Ter clareza do seu propósito. Por que você faz o que faz?
- Quais são as causas que te movem? Saúde materno-infantil? Envelhecimento saudável? Autoestima?
- Definir missão, visão e valores. Isso não é papo de empresa gigante. Isso é sobre sua identidade.
- Mapear sua persona. Quem é seu paciente ideal? Quais dores ele tem?
- Escolher seus arquétipos de marca. Você é mais cuidadoso? Inspirador? Protetor? Técnico?
- Montar sua matriz de serviços. Quais são exatamente os serviços que você oferece?
- Analisar sua concorrência. E aqui não é pra copiar. É pra entender onde estão as oportunidades.
- Desenhar a jornada do paciente. Desde o primeiro contato no WhatsApp até o pós-consulta.
- Cuidar da experiência do paciente. Atendimento, ambiente, follow-up, tudo comunica sua marca.
- Estudar as normas de publicidade médica. Porque fazer errado, além de antiético, dá dor de cabeça.
- Entender conceitos de persuasão, storytelling, TEDs, LGPD, telemedicina…
- Mergulhar em documentários, pesquisas, reflexões sobre sua relação com o mundo contemporâneo.
Começando o consultório: uma conversa real, de quem vive isso na pele
Para essa conversa não ficar só na teoria, chamei para uma live três médicos incríveis, que passaram por essa jornada recentemente e abriram seus consultórios do zero.
Recebemos, com todo carinho, a Dra. Camila Stolz e a Dra. Fabiana Mello, pediatras e neonatologistas, sócias do Grupo Berçar, em São Paulo. E o Dr. Felipe Franco, cirurgião plástico que atende em Campinas.
Cada um trouxe suas dores, suas descobertas, seus acertos e, claro, seus tropeços (porque ninguém acerta tudo de primeira, né?).
Camila e Fabiana, além de médicas incríveis, são empresárias que criaram um modelo de negócio afetivo, acolhedor e altamente profissional, com uma proposta clara e diferenciada no cuidado materno-infantil.
Felipe, que é uma mistura de perfeccionismo cirúrgico com bom humor, compartilhou como foi entender que abrir um consultório não é só sobre cortar e suturar — é sobre se posicionar, comunicar e gerar valor para os pacientes.
E o ponto em comum entre eles?
Ninguém começou sabendo tudo. Todos começaram COM PREPARAÇÃO.
Buscaram entendimento sobre branding, marketing, comunicação, jornada do paciente, diferenciação, atendimento, experiência…
Entenderam que a construção de uma marca médica forte é o que sustenta, impulsiona e consolida um consultório de sucesso.
Conclusão
Começar o consultório exige mais do que coragem. Exige estratégia.
Se você está nessa fase, fica aqui minha fala mais franca, direta e afetuosa:
Não terceirize sua carreira. Não deixe seu posicionamento na mão do acaso.
Se preparar não é um luxo. É uma necessidade. É um ato de cuidado com você, com sua trajetória e, claro, com os pacientes que você quer alcançar.
E se você quer construir uma marca médica forte, ética, elegante e que reflita sua essência, eu posso te ajudar. Vamos conversar?
Márcia Wirth
Personal Branding, Marketing Médico e Experiência do Paciente